quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um país em crise?


Alguns marqueteiros tupiniquins costumam dizer que a oposição só vence uma eleição se houver uma crise instalada no país.  Ao que tudo indica essa teoria está sendo levada a sério.

Pouco importa se a crise, de fato, existe.

Uma rápida passada de olhos pelos indicadores econômicos nos faz constatar que mesmo em um cenário mundial pouco animador o Brasil ostenta resultados positivos. A inflação, ainda que com alguma dificuldade, caminha dentro da meta há mais de uma década. No mesmo período o desemprego ostenta níveis baixíssimos, entre os menores no cenário mundial. Os investimentos externos não especulativos, embora reduzidos, na média, mantêm-se positivos. O real se estabilizou depois de uma forte desvalorização nos últimos meses.

Embora a grande mídia insista no pessimismo, os números divulgados mensalmente contrariam todos os prognósticos.

O dado mais recente, divulgado hoje, mostra que o lucro das principais empresas que compõem o índice Bovespa, cresceu de 20,7% comparado ao primeiro trimestre de 2013.

Mas as manchetes, longe de enaltecerem o fato, destacam o lado negativo ao afirmar que exclui o desempenho da Petrobras e Vale, as duas gigantes do Bovespa.

São, na verdade, questões pontuais. A primeira, pela importância que tem na exploração, refino e distribuição da quase totalidade do petróleo consumido no país, padece por interferências da política de controle de preços. Já a segunda, sofre com forte a influência da desaceleração do crescimento chinês.  Em economia é assim mesmo. Não existe o melhor dos mundos.

Mas é ano de eleição. Se não há crise, é possível criá-la.