quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sobre filhos II


Para quem não sabe, essas duas figurinhas da foto são meus filhos:  Pedro e João.  

Muito se diz sobre filhos pequenos, bebês, primeiros passos, primeiras palavras.  Ouvi muito e repito sempre que posso: curta seus filhos pequenos o máximo que puder, pois apesar de todo trabalho que dão, chegará um dia em que você terá saudade desse tempo.

Tive um companheiro de trabalho que anotava em um caderno as frases engraçadas que ouvia dos seus filhos.  Não cheguei a esse ponto.  Mas dos meus, guardei na memória uma de cada um deles.  E hoje, sabe-se lá as razões, lembrei-me delas.

Quando eles eram pequenos e a situação fugia um pouco do controle, eu ligava um projetor e mostrava alguns de centenas de slides que tinha - e ainda tenho, embora o projetor eu já não saiba mais por onde anda. Isso os distraia, despertava curiosidade e os acalmava.

A lógica infantil

Certo dia, ao chegar em casa ainda com a luz do dia, Pedro me pediu para "mostrar fotos na parede".  Pedi a ele que esperasse até que anoitecesse. Ele insistiu. Disse então que ainda estava claro e que a projeção requeria escuridão para ficar mais bonito.  Ele então caminhando em direção ao interruptor de luz e já com o dedinho esticado para apertar, disparou:  mas pai, é só acender o escuro!

Vício - O bico (chupeta) e o cigarro

João, o caçula, chupou bico até lá pelos 5 anos de idade. Fizemos de tudo para convencê-lo a parar, mas não teve jeito. Nos últimos tempos chegava a ser engraçado. Ele se punha a brincar numa rodinha com outras crianças e colocava o bico no chão, ao seu lado. De tempos em tempos estendia a mão, levava o bico à boca para umas chupadinhas e retornava com ele ao chão.

Já bem perto de parar - eu já nem lembro como foi - ele me viu acendendo um cigarro próximo à janela e falou: pai, para de fumar!  Respondi que precisava mesmo parar, mas que não era nada fácil. E ele retrucou: claro que é fácil... Basta você não comprar mais cigarro. Eu insisti: João, não é tão simples assim... Se fosse, papai já teria parado há tempos. E ele continou: ah, é fácil sim... Não compra... Não tem cigarro, não fuma.

Como ele não se dava por vencido, fiz uma proposta: então façamos um trato assim...  Eu paro de fumar e você para de chupar bico. Ele pensou por uns instantes, me olhou firme nos olhos e disparou: é pai, é duro mesmo parar de fumar!