domingo, 26 de agosto de 2012

Pescaria em Alta Floresta MT



Desta vez, a Turma Mesa Hum voou para bem longe. Fomos para a Pousada Santa Rosa, no Rio Teles Pires. E bota longe nisso! Só para chegar a Alta Floresta, quase seis horas, incluindo o tempo com escalas em Brasília e Cuiabá.

A maioria de nós chegou na sexta-feira e se hospedou no Floresta Amazônica Hotel. Mas, antes mesmo de chegarmos ao hotel, fomos levados à casa do Silvio que já nos esperava no desembarque. Irmão do nosso companheiro Serginho, ele reside na cidade há 10 anos.


Tudo perfeito. Silvio e Miriam, os três filhos e as noras, nos proporcionaram ótimos momentos. Além de toda gentileza e simpatia, um almoço delicioso. Não bastasse, no sábado ainda tivemos um churrasco na casa de um dos filhos, o Cristiano. Até carne de paca (criada em cativeiro) foi servida. E, claro, muita cerveja bem gelada, porque o calor não nos dava trégua.


No domingo pela manhã embarcamos em aviões menores que nos levaram à pousada na beira do rio. Foram 40 minutos de voo sobre a floresta amazônica, um verdadeiro deleite para os nossos olhos. Sempre sobrevoando o Rio Teles Pires. E de repente, em meio a tanto verde, surge uma clareira abrigando uma pequena pista de pouso e a estrutura da pousada. Nada mais além da mata fechada e muita água.


A Pousada Santa Rosa fica a 160km da cidade (em linha reta), na margem esquerda do Rio Teles Pires que separa os estados do Mato Grosso e Pará. Um pouco mais acima, a noroeste, está o estado do Amazonas.



Tudo perfeito. Atendimento de primeiro mundo, copo sempre cheio, comida deliciosa. Um caldo de piranha beirando a perfeição. E peixe... Muito peixe, diariamente. Tanto no prato quanto no anzol.


Como em toda pescaria dessa turma, não faltou emoção. Quer seja pela quantidade e tamanho dos peixes ou mesmo um susto maior, quando Carlito, às 6:15h da madrugada, resolveu testar a robustez do concreto da passarela que dá acesso aos barcos.  E entre o cimento e o supercílio dele, ganhou o primeiro, claro. Mas, felizmente, nada grave.

No truco, Lalau levou a pior (há quem diga que é sempre assim...  rs). Diz ele que se lembra de algumas poucas vitórias. Já as derrotas ficam por conta de quem ganhou contar.

O maior peixe, desta vez, coube ao Márcio: um jundiá de 88kgs. Sim, isso mesmo! Não é mentira de pescador. Ao arremessar a isca artificial ele se vingou do Gilberto, seu companheiro de barco. Fisgou-o pelas costas. E foi tão bem fisgado que precisou ser levado ao posto médico da reserva indígena localizada rio acima. Lá, Dr. Serginho cuidou de retirar a garatéia.


Paulo Dias levou uma garrafa de cachaça de Ponte Nova, a Baltazar. E no nosso barco ela acabou se transformando em um hit. Sempre que os peixes demoravam a dar o ar da graça, tomávamos uma dose e cantarolávamos: Baltazar, Baltazar, tira logo essa uruca e traz os peixes para cá!




Foram 5 dias e meio de pescaria. Muitos e variados peixes, cerveja gelada, boa comida, paz pra alma e, como sempre, o prazer imenso de conviver com pessoas tão especiais.

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Floresta Amazônica Hotel
www.fla.com.br

Pousada Santa Rosa
www.pousadasantarosa.com.br

terça-feira, 17 de julho de 2012

Sexo casual


Dia desses, conversando com o meu pai, o assunto “sexo” entrou na roda. Disse-me que no seu tempo (ele tem hoje 60 anos) transar entre amigos (ou sexo casual) passou a ser algo comum. Vale ressaltar que a sua memória remonta aos anos 1970 e tinha como ambiente o meio universitário.

Bem sabemos que até então havia uma repressão muito forte aos costumes. A regra para as mulheres era esperar o casamento para iniciar a vida sexual. Já os homens, quase que sem exceção, davam os primeiros passos nessa direção valendo-se das famosas “zonas” e suas mulheres de “vida fácil”.

A década ficou marcada pela “revolta dos sutiãs”, com movimentos feministas eclodindo mundo afora. Entre nós, não podia ser diferente, as primeiras marolas foram bater no meio universitário. O que até então era guardado no íntimo de cada pessoa passou a ser discutido, questionado e barreiras começaram a ruir.

Foi nesse clima que fazer sexo com amigo (a) ganhou ares de normalidade. Afinal, para que exigir laços sentimentais? Bobagem, bradava-se. E não precisou mais do que uma década para que tal pensamento ultrapassasse os muros das universidades.

Para papai, que vivenciou esse processo, algo se perdeu pelo caminho. Com um olhar no passado, devo concordar. No afã de se romper com um modelo rígido e machista, caminhou-se de um extremo ao outro.

Permitam-me um parêntese. A meninada de hoje não tem a exata noção do quão difícil era o tema “sexo” naquele tempo, bem como as consequências decorrentes de sua prática. Especialmente para as mulheres. Aquelas que se arvoravam e decidiam abrir mão da virgindade antes do casamento acabavam enfrentando toda sorte de preconceito, tanto dentro como fora do âmbito familiar. Não raro jovens mulheres eram colocadas para fora de casa apenas por isso - sem falar de gravidez acidental. Entre os homens, machistas em sua grande maioria, casar com uma companheira que tivesse iniciado a vida sexual antes, era uma vergonha. Impensável.

Algo precisava ser feito. E foi. Porém, percebe-se que o ponto de equilíbrio ficou mesmo para o futuro. Não era motivo de preocupação. O importante era soltar as amarras, desprender-se, libertar-se.

40 anos passados, duas gerações depois, vivemos hoje numa sociedade sem limites quando o tema é a prática sexual. A galera, cada vez mais cedo, e mesmo sem o conhecimento e maturidade necessária, começa a frequentar essa praia. Fontes de informação não faltam. O problema é que são em número ainda maior as fontes de estímulo ao erotismo.

Papai não sabe dizer se isso é melhor ou pior. Sabe apenas que é diferente. Tem consciência de que não dava pra viver sob a mordaça da hipocrisia, da repressão comportamental. Mas afirma - com autoridade de quem viveu naquela época - que é preciso se buscar, mais do que nunca, o meio termo. O meio do caminho, o tal do ponto de equilíbrio. Permitir-se, usufruir do que é bom e natural, mas ter sempre à vista um “manual de bons costumes” e muito, mas muito critério.

Pensei muito sobre isso. Pense você também. Logo teremos os nossos filhos. E com eles, o duro papel de educador. E se a nossa geração ainda não encontrou o ponto de equilíbrio, será dos nossos filhos essa importante missão.

Texto: Anna Hill, 20 anos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Meu filho não merece nada!

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

ELIANE BRUM, Jornalista, escritora e documentarista.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Viagem Sabática - Vietnam


Quando falamos de nossa viagem ao Vietnam sempre nos perguntam: mas porque escolheram o Vietnam?  Era um desejo antigo que surgiu após leitura de uma matéria sobre o país. E agora, quando contamos sobre Vietnam, acrescentamos: adoramos e pretendemos voltar nos próximos anos.

País com um povo guerreiro, delicado, receptivo e puro. Por todo lado que se anda, são notados ainda sinais da destruição provocada pela última grande guerra contra os USA. Mas é ainda mais visível o esforço despendido na reconstrução. É um país pobre, mas muito pouco ou nada se vê de miséria. Segundo nos disseram, todos têm acesso à alimentação e moradia. E à educação também.



Saímos de Roma e encontramos Tidda (mãe da Anna Christina), Jairton e Gabriel (amigos e torcedores do Santos) em Istanbul.  Eles vieram em um vôo direto SP-Istanbul da Turkish, com duração de 13h.  Voamos de Istanbul para Hanoi via Bangkok, aproximadamente 12h entre vôo e espera no aeroporto. Viagem cansativa pra gente.  Imagina para quem estava vindo direto do Brasil!

Em Hanoi, a capital administrativa e segunda maior cidade do país, pedimos indicação de um restaurante e nos deliciamos com o menu degustação do restaurante Wyld Lotus (55, Nguyen Du).

A comida do Vietnam é deliciosa e colorida.  Adoramos a maneira como eles ornamentam os pratos com florzinhas e bichinhos feitos com cenoura, tomate e pepino. Alguns pratos são parecidos com a cozinha chinesa, como os rolinhos de primavera e o camarão empanado.  Muitos pratos são à base de peixe, frutos do mar e arroz.  Adoramos uns rolinhos frios feitos com papel de arroz!  Aliás, o Vietnam, além da influência dos chineses tem também a dos franceses. 


No nosso roteiro tínhamos a manhã seguinte à nossa chegada livre.  Isto nos propiciou tomar café da manhã tranquilos e fazer nosso primeiro reconhecimento sozinhos de Hanoi. Fomos a dois mercados típicos vietnamitas. 

Nesse momento começamos a viver nossa maior aventura em Hanoi: atravessar a rua.  Imagine uma cidade com quase 7 milhões de habitantes e 4 milhões de motocicletas! Trânsito caótico... de motocicletas! Elas dividem espaço com carros, bicicletas, pedestres e mesinhas e banquinhos espalhadas pelas calçadas, onde os vietnamitas conversam, comem e bebem.





Atravessávamos a rua devagar e em bloco.  Braços dados e todos juntos.  Era engraçado.  No começo deu um pouco de medo, mas depois já nos sentíamos locais!

Nesse primeiro dia à tarde, a guia nos pegou no hotel e passeamos pela cidade em um táxi-bicicleta, se assim podemos chamar.  É um meio de transporte antigo daquela região. No nosso caso era estilizado, meio turístico, mas foi muito gostoso.


Pode-se usar esse meio de transporte ao invés de táxi, porém, sendo ele ou o táxi, deve-se sempre ter em mãos um mapa, perguntar quanto seria uma corrida até o lugar pretendido e negociar o preço antes. Caso contrário, corre-se o risco do motorista dar voltas e voltas só para cobrar 5 dólares a mais.

A guia nos levou a um teatro de marionetes na água - Teatro aquático Than Long. Lindo!  Bem típico, 1h de espetáculo mostrando crenças e cultura vietnamitas. Vale a pena! Em seguida, e bem perto, visitamos um templo antigo no lago da cidade.



Ainda nesse dia, deu tempo para passear pela Han Gai Street e Nha Tho Street. Muitas lojinhas para se garimpar artesanatos, seda, lenços e muita coisa linda.  Fuja das falsificações e prefira mesmo os artesanatos.  Mas tem que peneirar e pechinchar.  Os preços variam bastante.

À noite, fomos a um restaurante com comida típica, muita gente local e super barato (Restaurante Ngon - 26, Tranh Hung Dao Street).  Adoramos!

No nosso 2º dia no Vietnam fomos a Ha Long Bay.  A baía é considerada uma das 7 maravilhas naturais do mundo e navegando por ela pudemos entender o porquê.  São 2 mil ilhas vulcânicas compondo um cenário inenarrável. Com a beleza, se encantavam os olhos e com o silêncio, os ouvidos.



Escolhemos no nosso roteiro conhecer o centro do Vietnam onde estão as lindas praias.  Infelizmente, não pudemos aproveitá-las.  Em primeiro lugar pelo clima chuvoso e mais frio e depois pelo pouco tempo que tivemos na região.  De qualquer forma, foi ótimo conhecer, pois nos provocou mais vontade de retornar. Março ou abril são os meses melhores. Ainda não muito calor e com preços mais acessíveis.

Voamos 1 hora de Hanoi para Da Nang e dali fomos para Hoi An. Da Nang é uma cidade nova, moderna, símbolo da reconstrução do país.

Já Hoi An é uma cidadezinha litorânea turística que nos fez lembrar Búzios. Lojas e restaurantes bacanas,  além de uma infraestrutura hoteleira de dar inveja.  Ficamos em um ótimo resort. Cabe lembrar que o pacote interno do Vietnam teve preços incríveis pela qualidade da viagem por lá.




No dia seguinte fomos para Hue, a antiga capital do vietnamita.  Visitamos a Cidade Imperial ou melhor, o que sobrou dela. Além de bonito foi triste vivenciar a destruição, especialmente após a guerra contra os USA.  Dos 100 edifícios da cidade imperial, hoje restam apenas 5 que para sorte da humanidade, a UNESCO está ajudando a restaurar.


Navegamos pelo Rio Perfume no dia seguinte e chegamos a um lindo templo.


Voamos de volta a Hanoi e jantamos no restaurante Club Opera (17, Trang Tien Street).  Esse restaurante vale a pena.  O ambiente é muito agradável com suas toalhas de linho (observação da Tidda!) e decoração impecável.  O menu degustação é fabuloso e a decoração dos pratos indescritível! E o preço se, comparado a um parecido no Brasil, nem se fala!


Tivemos mais 1 dia livre em Hanoi e decidimos fazer uma massagem no SPA do Hotel Meliá.  É imperdível e com preço super convidativo..

Passeamos pela cidade perto da Ópera e descobrimos um espaço bem chiquezinho. Lojas de griffe, uma praça deliciosa e um lindo hotel onde os noivos fazem as suas fotos para o álbum de casamento.  Eram muitos noivos e noivas chegando e saindo.  Sentamos na varanda do restaurante do hotel e ficamos apreciando!  Muito diferente daqui.  Eram vestidos e maquiados ali mesmo e depois príncipes e princesas prontos para as fotos.



Vietnam foi assim!  Poucos 8 dias, mas que deixaram em nós uma vontade imensa de voltar.  Se der, voltaremos a Hanoi,  mas queremos mesmo voltar a Hoi An e também conhecer o sul onde está Ho Chi Minh, a maior cidade e o maior centro comercial e industrial do país.  Só que na próxima vez será em março ou abril, sem frio, chuva ou vento, e com campos de arroz para apreciar!

Outros restaurantes indicados em Hanoi, mas que não fomos desta vez:
  • Ginger Bar (tem que reservar) - 87C Ly Thuong Kiet St Tel +84 4 3941 2099 / 2098
  • MAM - 13 Hang MAM St
  • Wild Rice - 6 Ngô ThiNham St
  • The Little Hanoi - 23 Hang Gai St

Guia local: 
  • Nhung Nguyen (se diz Niu) - nntk11@gmail.com - Tel : 0084 904 010769 (ela fala inglês e espanhol e prepara o pacote com hotéis, guia, etc)

Agência local
  • Asian Trails - www.asiantrails.info
Em tempo

Muitas são as lembranças que trouxemos e guardaremos desse país tão distante e tão diferente. Uma delas, em especial, marcará para sempre. Ao ser indagada sobre o sentimento do povo em relação aos USA - em função da guerra, a vietnamita respondeu: "Não guardamos rancor, não guardamos ódio. Esses sentimentos só fazem mal a quem os nutre."

Anna Christina & Anderson




terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Viagem Sabática - Turquia

 

Iniciamos o nosso período sabático pela Turquia, na companhia de um casal de amigos queridos: Bethânia e Ricardo.

Anderson e eu já havíamos estado em Istanbul em 2009. Já conhecíamos um pouco, mas para nossa surpresa, muito ainda havia para ser visto. Afinal, é uma cidade com mais de 13 milhões de habitantes.

Eclética e divertida, ocupa ambas as margens do Estreito do Bósfogo e do norte do Mar de Mármara, os quais separam a Ásia da Europa no sentido norte-sul, uma situação que faz dela a única cidade que ocupa dois continentesDesta vez, conhecemos rapidamente a parte asiática.  Pegamos um barco em Eminönü para Üsküdarr e depois um ônibus que nos levou até o Palácio Beylerbeyi. Menos conhecido e menor que o Dohmabaçe, mas não menos lindo. E tem um café super agradável no jardim.

Istanbul vista do Bósforo

Entrada do Palácio Beylerbeyi

 Palácio Beylerbeyi

Jardins

O lado asiático é menos turístico e por isso poucos ou quase ninguém “enrola” um inglês, espanhol ou português.  Foi uma experiência deliciosa perguntar e conseguir chegar onde queríamos! Claro que erramos um pouquinho, mas acabamos por descobrir um pier lindinho, cheio de pequenos restaurantes e cafés pouco frequentado por estrangeiros.

O retorno no começo da noite nos proporcionou uma vista deslumbrante da cidade, em seus três lados.
 Palácio Beylerbeyi 

Vista noturna de Istanbul 

Nosso hotel era no bairro Taksim.  Um centro comercial muito movimentado, especialmente pela população local. Desde a nossa 1ª vez, gostamos muito deste bairro para compras.  É menos turístico e por isso os preços são melhores.  Pode-se pedir um desconto (de 8 a 15%), mas não é aquela coisa cansativa da negociação com os turcos, especialmente os do Grand Bazaar.

Em nossas viagens, preferimos experimentar os transportes locais. Taxi só em último caso.  Para quem gosta de fazer o mesmo e se hospeda no bairro antigo Sultanahmet, a dica é pegar o TramVay (VLT) na estação perto da Hagya Sophia (ou Santa Sophia) e descer em Kabatas (atenção para pegar o que está escrito Kabatas na frente).  Em Kabatas, pegar o funicular que sobe até Taksim. Uma boa dica é comprar o cartão pré-pago de transportes de Istanbul.  Com ele, além da facilidade, paga-se menos pela tarifa.

A principal rua de compras em Taksim é a Istikal (Istikal Cadesi).  Ainda não utilizamos o bondinho antigo que transita pela rua, mas adoramos vê-lo passar.
Bondinho

Nosso lugar preferido para bebericar e saborear uma boa comida é o The House Café.  Um lugar moderno e cheio de gente bonita.  São vários espalhados pela cidade, mas o que mais frequentamos é o de Taksim.

Istikal Cadesi - Taksim - The House Café


Jantar no The House Café: peixe com purê de batata baroa e Meat Balls sobre pasta de iogurte e berinjela

É delicioso descer a Istikal Cadesi, entrar nos becos e descobrir as lojas, bares, cafés. Chegando ao final da rua e descendo uma ladeira chega-se à Torre Galata.  Vale a pena subir para ver a cidade.  Fomos durante o dia, mas deve ser lindo também ao anoitecer.

Torre Galata

Istanbul, vista da Torre Galata

Vista bonita também se tem do restaurante Vogue, além de boa comida. Fica na cobertura de um hotel situado numa parte alta da cidade. É um lugar bem chique e frequentado por pessoas bonitas. 

E falando de chique, adoramos o restaurante italiano PaperMoon. Comida excelente e local agradabilíssimo.  Anderson e Ricardo adoraram fumar um charuto ao ar livre!

Aliás, passeio ao ar livre é o que não falta em Istanbul. Existem vários bares descolados à beira mar para tomar um chá ou cerveja (e pode ser a cerveja turca Efes). Caminhar sem rumo, atravessar a ponte - por onde passa o Tramvay -  sempre cheia de pescadores, chova ou faça sol, dia e noite.  Assim como Anderson, os turcos adoram pescar. E os  pescados da região são deliciosos! 

Pescadores na ponte

Bem pertinho da ponte fica o Mercado de Especiarias - Spice Bazaar. Super colorido e cheiroso. Adoramos o restaurante Pandeli que fica dentro do mercado. Dos mais tradicionais e comida típica maravilhosa.

Spice Bazaar

Spice Bazaar

Bem pertinho do Spice Bazaar, há uma mesquita bem pequena e escondida.  Linda! Para chegar entramos em becos que nos remete ao mundo do Aladim. Mas se você não gostar dela, não se preocupe, pois poderá escolher alguma outra entre as mais de 3.000 que Istanbul possui.
Pequena Mesquita

E já que estamos falando de “programa cultural”, isto é que não falta na cidade. Visitar o Museu da Santa Sophia, Mesquita Azul, a Cisterna, Palácio Topikapi, Palácio Dohmabaçe e andar pelo colorido Grand Bazaar, mesmo que não queira comprar nada.

Santa Sophia

Mesquita Azul

Cisterna

Palácio Topikapi

Palácio Dohmabaçe

Loja do Grand Bazaar

Estes são os programas que qualquer turista de carteirinha não pode deixar de fazer.  Se não der tempo de ir a todos, faça uma seleção prévia. Uma dica que descobrimos nesta viagem e que vale a pena se não for com guia, é reservar o Palácio Domabahçe com antecedência pelo telefone 902123272626. Peça na recepção do hotel para fazer a reserva. Desta forma, não precisa enfrentar filas e economiza pelo menos 1h30. O palácio não abre na segunda e na quinta-feira.

Istanbul é uma cidade divertida e apaixonante. Não é à toa que já fomos 3 vezes e em cada uma delas tivemos diferentes experiências. Descubra. Tome suco de romã na rua, coma sanduíche de kebab, divirta-se com os turcos, entre nas ruazinhas, becos e galerias.

Romã turca

Fizemos um passeio inédito desta vez. Fomos à Capadócia.  Já havia sido recomendado desde a 1ª vez, mas não tivemos tempo na época. Saímos num dia e voltamos no outro. Suficiente para saber e sentir o que é a Capadócia e voar de balão.  Uma experiência única. Não dá para descrever. Acordar às 4h é sacrifício pequeno perto de tanta beleza.

Do balão

Do balão

Quanta história e sabedoria em um só lugar. Ficamos maravilhados com as cidades subterrâneas utilizadas pelos cristãos como refúgio e defesa contra os ataques romanos no século X . E tem também o Vale das Fadas com seus “símbolos fálicos”, originados pelas larvas vulcânicas ao longo do tempo.

Capadócia

Vale das Fadas e seus "Símbolos fálicos"

Entrada da cidade subterrânea
Adoramos a viagem. E temos a certeza de que retornaremos para novas descobertas.



Outras dicas da Turquia

- Araasta Bazaar - fica perto da Mesquita Azul (muito agradável para passear);

- Bairro Nisantasi e Shopping Istinye Park -  lojas de grife como Prada, Louis Vitton;

- Rua Akaretler (em Nisantasi) - lojas como Bottega, Lanvin, Alberta Ferreti, Jimmy   

  Choo e outras;

- Spice Market - Visitar as loja 82 (Ozer) e a 45 (Sufi) - bijouterias, roupas  e outras

  coisinhas diferenciadas;

- Papermoon, restaurante italiano; 

- Andar de barco pelo Bósforo (se o dia estiver bonito, ao pôr do sol é lindo!);

- Na Istikal Kadesi visitar a ÇiÇek Pasaji e Passage Markiz.

 

Outras dicas que nos deram, mas não fomos desta vez (vamos na próxima!)

- Tomar um brunch  aos domingos ou um chá no Hotel Ciragan (é um lindo palácio   

   antigo);

- Restaurante Sunset ou Ullus 29 - vista linda da cidade;

- Restaurante para peixe - Rumeli Iskele ou Kordon (lado asiático);

- Restaurante comida asiática - Zuma;

- Restaurante Tuus (no Sofa Hotel em Nisantasi);

- Restaurante Mikla (para jantar);

- Restaurante 360º;

- Vogue (linda vista da cidade);  

- Brasserie (para almoçar em Nisantasi);

- Borsa ou Kosebasi (comida turca);

- Almoçar no Four Seasons de Sultanahmet - era uma prisão antiga e fica perto do

  Palácio Topkapi;

- Shopping Kanyon, Akmerkez, Kanyon (almoçar no Wagamama);

- Hamam ou Banho Turco (adoramos quando fomos em 2009) Çemberlitas Hamam,

  construído em 1584 e Swissotel.

- Para visitar a Capadócia com uma empresa local: Meridien Tours  - Tel: 90 (212)   

  2178025.



Colaboração: Anna Christina