segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre filhos





Como diz a filósofa sancarlense Cecília Ferrari Tenca, filho é um “abacaxi” que arrumamos para o resto da vida.


Não tenho dúvida.  Se a decisão sobre ter ou não ter filhos fosse apenas pragmática, o mundo hoje estaria despovoado. 

Quando ele nasce, é porque é pequeno, ainda não aconteceu a tão esperada interação entre pais e filho.  Depende de colo e de atenção 24h por dia.  Vem a fase dos primeiros passos, e pensamos que tudo será diferente.  De certa forma, melhora.  Mas aí temos de correr atrás o tempo todo, levantar da altura de suas mãos tudo que não pode ser tocado.  Depois, creche, alfabetização, adolescência.  E assim vai de fase em fase até o casamento, quando nos iludimos pensando que “nos livramos” dele definitivamente.  Doce engano.  Logo virá um neto.  E logo teremos um neto para cuidar.  É assim a vida.

Mas depois das emoções vividas neste de final de semana, eu acrescentaria: quando comemoramos a formatura do filho e, coincidentemente, a sua saída de casa para trabalhar fora, o chororô é muito grande!  É uma mistura de dever cumprido com perda.  Orgulho com dor.  Dor boa, se é que isso existe.

Eu já deveria ter vivenciado isso anteriormente, mas a vida, de alguma forma, acabou me privando.

Pai e mãe são "bobos" por natureza.

Não sei contar as vezes em que me desmanchei em prantos em eventos proporcionados pelos meus filhos.

Nem posso contar, pois enquanto eu viver sei que outras ainda virão.

E se o tal do “abacaxi” tem um lado bom, é esse.

Alguém mais crítico dirá que isso é o mínimo possível para recompensar as agruras dos pais.  Pode ser.

A gente sofre muito. Mas que é bom é!

E para reflexão dos atuais e dos futuros papais:

Não se preocupe em deixar herança para os seus filhos.  Falo de dinheiro, de bens.  Invista tudo o que puder na formação deles.  Formação no sentido mais amplo da palavra.  Amor, generosidade, solidariedade, respeito, educação, boas escolas, cidadania, responsabilidade, passeios, viagens, cultura, diversão...

Faça isso e eles chegarão à fase adulta prontos para viver de forma plena e intensa.

E que Pedro, João e Marina não me desmintam!