segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rodeio, tourada, UFC...



O homem tem lugar de destaque na natureza pela sua capacidade de pensar. Não fosse ele, a natureza estaria hoje em sua forma mais primitiva. Afinal, somos nós que temos o dom de transformar tudo, além, claro, do que podemos chamar de fenômenos naturais.

Infelizmente, desse “bicho homem” podemos esperar tudo. Somos os únicos que matamos o semelhante sem nenhum motivo plausível. Tiramos a vida de outro ser humano por motivos fúteis – se é que existe motivo que justifique tamanha insanidade.


Mas tirar a vida do próprio semelhante não pode ser assim tão surpreendente, considerando que no dia-a-dia o homem já comete tantas atrocidades contra o reino animal. Logo, dá pra imaginar tratar-se apenas e(in)volução comportamental.

Qual a diferença entre o sacrifício do touro numa arena, a submissão de animais em uma festa de rodeio, a criação domiciliar de cachorros como o pit bull, ou mesmo uma luta de UFC?


Será mesmo que podemos chamar tudo isso de esporte (exceto a criação de pit bull, fora dessa denominação)?


Sabemos antecipadamente dos riscos. Submetemo-nos - e a outros, a sacrifícios extremos, pagando muitas vezes com a própria vida. Em nome do quê? Que sentido faz isso?


Pior, transformamos atitudes assim em espetáculo. E as arenas ficam abarrotadas de seres humanos, numa torcida frenética. E torcem para quem?

Será que vale mesmo a pena?

Eu estou, supostamente, acima da metade do meu tempo destinado à vida. E não tenho a menor dúvida de que morrerei sem encontrar respostas.

Respeito as preferências. Como diria Caetano Veloso, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Mas me permito o direito de discordar e de questionar.

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