Mas, como o episódio do aumento passou batido, resolveram dar prosseguimento à farra. Explico. Com a posse dos eleitos para cargos majoritários (presidente e governadores), novos ministros e secretários de estados foram nomeados. Para ficar apenas no senado, há casos de senadores que não foram reeleitos e que foram nomeados para o cargo de ministro. Como a posse dos novos senadores acontecerá apenas no dia 1º de fevereiro, a legislação permite que o suplente assuma em seu lugar. Por 20 e poucos dias. Normal, dizem eles.
Assim, esses caras de pau terão direito a tudo que um senador eleito tem. Salário corrigido, todas as verbas acessórias e até a nomeação de novos funcionários para o gabinete. Ou seja, nós, pobres cidadãos contribuintes, teremos de arcar com mais esse custo.
Vá lá que a atual legislação permita. Mas cá entre nós, é muito cinismo, não? Enquanto se debate o novo salário mínimo – para ficar apenas nisso – o Ministro Mantega diz que se o congresso determinar um valor maior do que os R$ 540,00 propostos, a Presidente Dilma vetará. Ninguém bota a mão na consciência! Para algumas medidas, há dinheiro. Para outras, nem pensar.
E assim vai. Será mesmo que todo povo tem o governo que merece? Leia-se governo toda a estrutura de poder. Estou começando a acreditar nisso. Até porque, decorridos quase 30 dias do famigerado aumento, pouco ou nada se viu em termos de reação popular. E se não fizermos nada, tudo continuará como antes. Antes e sempre!
Sai presidente, entra presidente, e todos prometem uma reforma política (entre outras). Mas ninguém consegue fazer. Reclamamos muitos deles por isso, desde os tempos de Sarney. Na verdade, o problema é mais embaixo. Ou mais ao lado, em se tratando de Palácio do Planando e Congresso.
Escrito por alguém que insiste em permanecer brasileiro.
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