Alguns marqueteiros tupiniquins costumam dizer que a
oposição só vence uma eleição se houver uma crise instalada no país. Ao que tudo indica essa teoria está sendo
levada a sério.
Pouco importa se a crise, de fato, existe.
Uma rápida passada de olhos pelos indicadores econômicos nos
faz constatar que mesmo em um cenário mundial pouco animador o Brasil ostenta
resultados positivos. A inflação, ainda que com alguma dificuldade, caminha
dentro da meta há mais de uma década. No mesmo período o desemprego ostenta
níveis baixíssimos, entre os menores no cenário mundial. Os investimentos
externos não especulativos, embora reduzidos, na média, mantêm-se positivos. O real se estabilizou depois de uma forte desvalorização nos últimos
meses.
Embora a grande mídia insista no pessimismo, os números
divulgados mensalmente contrariam todos os prognósticos.
O dado mais recente, divulgado hoje, mostra que o lucro das
principais empresas que compõem o índice Bovespa, cresceu de 20,7% comparado ao
primeiro trimestre de 2013.
Mas as manchetes, longe de enaltecerem o fato, destacam o lado negativo ao afirmar que exclui o desempenho da Petrobras e Vale, as duas gigantes do Bovespa.
São, na verdade, questões pontuais. A primeira, pela
importância que tem na exploração, refino e distribuição da quase totalidade do petróleo consumido
no país, padece por interferências da política de controle de preços. Já a
segunda, sofre com forte a influência da desaceleração do crescimento chinês. Em economia é assim mesmo. Não existe o melhor
dos mundos.
Mas é ano de eleição. Se não há crise, é possível criá-la.