No último sábado, 3 de maio, uma jovem mãe de família foi
brutalmente espancada até a morte no Guarujá, vítima que foi de um boato
espalhado pelas redes sociais.
Agressões físicas têm se tornado comum em nossa
sociedade. Nas escolas, nas baladas, nas
arquibancadas, ou mesmo em casa. Não é privilégio de classe social, nem mesmo
de nível de escolaridade. Espalharam-se por aí, sem distinção, e com uma gama
de motivos que vai desde a inveja da beleza alheia até o senso (comum?) de se
fazer justiça com as próprias mãos. Assim, o ser humano vai emitindo cada vez
mais os sinais de degradação.
Por onde andam os nossos valores? Por onde anda o amor ao
próximo? E a educação, a gentileza, os
bons modos, a generosidade?
Tenho me esforçado muito para compreender tanta
transformação, sobretudo a banalização da vida humana. Difícil. Já culpei a
televisão, a miséria, o sistema educacional. Já responsabilizei a elite e sua
sanha de manter um país para poucos. A classe política e a justiça também já
mereceram isso de mim.
Parece bobagem, mas ando estarrecido com a popularização da
linguagem chula nas redes sociais e nos comentários postados em sites de
notícias. Palavrões que antes eram usados apenas em rodas de amigos, se tanto,
hoje circulam livremente pelo mundo virtual e, por inevitável, já alcançam as relações pessoais, entre pais
e filhos, alunos e professores e por aí vai. Perdemos o respeito. Mais até por
nós mesmos do que para com os nossos semelhantes. E quando isso acontece
torna-se inevitável a degradação das relações. Daí a descambar para a violência
física é apenas um passo.
Junte-se a isso o estímulo recebido de alguns profissionais da mídia falada, escrita e televisiva, formadores de opinião, e temos um terreno ainda mais fértil.
Mas afinal, que modelo de sociedade nós queremos? Qual é o
papel do Estado nisso? Qual é o papel do cidadão? Qual é o papel dos meios de
comunicação?
A propósito, li hoje uma frase no Twiter que me fez refletir:
“A atual geração se informa com Rachel Sheherazade e ri com Danilo Gentili.
Ainda vamos colher os frutos disso tudo”.
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